quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Professor André

hoje foi a ultima aula de LTP com o prof. André, eu vou sentir saudade principalmente por ele não nos acompanhar nos próximos semestres.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Cotas raciais na universidade – A busca pela Educação Inclusiva

Artigo – Opinião
Cotas raciais na universidade – A busca pela Educação Inclusiva
A luta do povo negro no Brasil teve inicio no século XVI, quando os africanos eram trazidos na condição de escravos, tal qual animais eram tratados e como mercadoria eram comercializados, essa luta se estendeu por séculos e persiste até os dias de hoje.



O Brasil foi o último país a acabar com a escravidão, em 13 de maio de1888 com a Lei Áurea, os negros conseguiram a liberdade, mas não obtiveram direitos; foram negado-lhes o direito à terra, ao trabalho remunerado e á educação.



Ao negro era proibida a posse da terra, o trabalho remunerado foi reservado aos imigrantes brancos e a educação negada por um estado conservador e racista.



A população negra ou afrodescendente passou de dominada a excluída, o que é demonstrado nas mais diferentes pesquisas recentemente publicadas. Segundo dados atuais do IBGE e da fundação Getúlio Vargas os negros possuem os piores empregos, menores salários, maior número na informalidade, lotam as cadeias, maior índice de assassinatos ocorrem entre jovens negros e dentre os indigentes 70% são negros. Na educação apenas 4% são formados, e pós-graduados não chega a 1%.



Para mudar paulatinamente esta situação os movimentos negros, como a Educafro, a Unegro e também autoridades políticas como os senadores da República Ideli Salvatti (PT-SC), Lúcia Vânia (PSDB-GO), Paulo Paim (PT-RS), Pedro Simon (PMDB-RS) e Marina Silva (PT-AC) apóiam e propõem a adoção de ações afirmativas por todos os estados brasileiros. Somente através das políticas públicas será possível uma correção destas desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades. Uma destas ações que serve para contribuir com a garantia de direito a educação é a adoção de cotas nas universidades públicas de todo o Brasil.
As cotas passaram a ser adotadas como autonomia acadêmica dede 2002 na UFERJ regulamentada por Lei estadual e posteriormente seguida por diversas universidades do país, mas ainda não se tornou Lei federal, pois o estatuto da igualdade racial proposto pelo senador Paulo Paim PT/RS promulgado em 2008 sofreu veto quando de sua aprovação nos artigos que tratavam do tema.



Defendendo a adoção de cotas acreditamos que o país avançará um passo na correção as desigualdades raciais que marcam a realidade brasileira. Os que defendem o contrário, como os parlamentares representantes de partidos conservadores, além de representantes da mais retrograda elite nacional, como por exemplo, o executivo da rede globo de televisão Ali Kamel que para defender suas idéias contrárias á política de adoção de ações afirmativas, lançou o livro “não somos racistas” onde a principal argumentação é a “nação multirracial tentando negar a discrepância e o abismo entre brancos e negros, estes, agem como os escravocratas de séculos passados sob o argumento da miscigenação característica brasileira, esconde seu preconceito e maqueiam o racismo excludente nesta sociedade.

Em refuto as ideia de Kamel utilizo-me da fala de William Douglas, juiz federal, coordenador e professor da Educafro (Educação e Cidadania de Afro-descendentes e Carentes) onde ressalta ter sido inicialmente contrário a esse mecanismo, mas mudou de opinião em decorrência do convívio que teve com adolescentes pobres e negros que não conseguiam ser bem-sucedidos nos estudos e no campo profissional por serem negros. Ele pediu a aprovação do projeto, ainda que o texto contenha imperfeições.

O acesso do negro as universidades elevará a um patamar altamente positivo as politicas de ações afirmativas, reparatórias e compensatórias, e no futuro corrigirá a vergonhosa desigualdade permanente no país. É a consciência de cada um que se expande para o coletivo, a luta pelas cotas universitárias também é a luta por cidadania buscando uma educação inclusiva. Ao final deste texto apresento uma poesia escrita por Banduxe Adinimodó para que nos sirva de reflexão:

" Quando eu por aqui passei, na época em que seus ancestrais tentavam construir esta pátria,Encontrei índios sendo massacrados,Portugueses degredados e negros exportados.
Vi sangue, suor e lágrimas de três raças se destruindo,Mas vi uma nação se construindo.
Vi aquele sentimento que faz de um rincão, uma nação,Mas vi o sangue do negro ser derramado em vão,Nas senzalas, mocambos, quilombos, favelas e prisão.
Agora vejo os filhos de Zumbi, afilhados de Tiradentes,De uma pátria pretendentes serem enganados,Da terra expoliados, vítimas de ardentes, do poder pretendentes,Fazendeiros bajulados.
Aí, eu pergunto - Valeu a pena a abolição?Por que ainda não aboliram esta desumana servidão ?

Não será pois desta maneira que teremos um Brasil definitivo
E sim uma convulsão, vez queJamais vamos morrer agora,Pois nosso coração arde de vontadeE exige que a vida voe".

Maria de Lourdes da Silva Nascimento